Esta semana, a nossa convidada especial é a Andreia Salgado, do blog It’s Ella. Comecei a seguir a Ella (Andreia) através do seu diário da gravidez e das magníficas receitas, mas o blog é muito mais do que isso. Espreitem, vejam como é esta nova aventura de ser mãe! Podem seguir no facebook ou no blog It’s Ella!
Quer para as mulheres que sempre sonharam ser mães, como para aquelas que não dedicavam muito do seu tempo a pensar no assunto, a aventura da maternidade pode ser bastante intimidante. Cultiva-se a dúvida, o receio de falhar, o julgamento das pessoas, das outras mães…Como se tornar-se mãe não fosse, por si só, desafio suficiente! O facto é que muita da ajuda que nos chega, falha redondamente no seu objectivo principal: O empoderamento da mulher que acaba de se tornar mãe.
Confiando na capacidade inata de criar os nossos filhos (partindo do pressuposto em que todo o processo decorreu em condições ótimas), não deveríamos sentir-nos tão perdidas quando, finalmente, aquele ser pequenino e indefeso se aloja no calor do nosso colo. Mas isto acontece porquê?
– No meu tempo fazíamos de forma diferente!
– O teu leite não sacia o bebé!
– Vai ficar habituado ao colo!
-Deixar chorar um bocadinho não faz mal nenhum!
Todas estas afirmações só nos fazem chegar a uma conclusão: Estamos a fazer tudo mal.
Apesar de, maioritariamente, bem intencionadas estas opiniões e ajudas só fomentam na mãe uma sensação de incapacidade, de impotência e de culpa por não ter lido mais, por não ter procurado melhor, e por não se ter aconselhado com quem sabe mais. Com isto, não quero dizer que os conselhos não façam falta, nem que as outras mães não possam dar-nos uma luz sobre algo pelo qual nos sentimos inseguras, mas se pararmos para pensar, é por frases como as que são citadas acima, que nos surge a culpa e a insegurança. Sentimentos que nos toldam o melhor que temos nesta área: o instinto.
Se acompanharmos a mulher, recém parida, e a empoderarmos, todo o caminho acaba por revelar-se menos turbulento e teremos mães mais felizes e menos mitos e “verdades absolutas” sobre a maternidade.
E como podemos empoderar estas mulheres?
Simples: o respeito, o acompanhamento e a confiança ajudam a nascer também esta mãe que nunca se viu neste papel. Incentivá-la a seguir o seu instinto, fazê-la ver que na Natureza, o trilho a seguir é o que sentimos ser o mais certo para nós e para as nossas crias. Olhar para o bebé como um ser humano, não como uma máquina que precisamos de programar com horas certas. Deixar a mãe entregar-se ao seu novo cargo e defini-lo como acha melhor e não ditar as regras que uma sociedade pouco amiga do vínculo entre mãe e bebé apregoa com tanta veemência. É urgente que este sentido de comunidade que sentimos cada vez que uma mulher engravida seja, realmente, um sentimento altruísta. Não uma competição, ou um curso de como ser perfeita. Estar disponivel, muitas vezes traduz-se em retirar-se para deixar nascer de novo a mulher e deixá-la a sós com a sua Natureza, consigo própria, para que quando regresse, venha na sua plenitude.
Abraçar as nossas irmãs nesta nova jornada é transmitir-lhes que são tão capazes como qualquer outra mãe a desempenhar este papel, sempre respeitando as suas escolhas e empoderando-as!