Fanny Ardant & Gérard Depardieu
Resultante de uma influência tripartida, o Divã de Estaline apresenta-se como uma grandiosa epopeia interior à descoberta do ser humano (que deveria existir em cada um de nós): Jean-Daniel Baltassat, o autor do romance O Divã de Estaline; Gérard Depardieu, que veste tão bem o pelo do lobo como o casaco do cordeiro; e Fanny Ardant, atriz, realizadora, poetisa psicanalítica habituada a grandes desafios.
Incompreendido e desrespeitado pelos seus homens mais próximos, Estaline é aconselhado pelos seus médicos a sujeitar-se a um período de repouso e reflexão. Iniciam assim as suas sessões decadentes, (des)humanas, críticas e psicanalíticas no divã do charlatão. São desvendados sonhos e desvendados segredos e medos do (nosso) inconsciente.
Na senda da verdade, no confronto com os seus sonhos, Estaline questiona-se a respeito do que verdadeiramente somos e descobre que “todo o mundo mente a Estaline, mesmo Estaline mente a Estaline; todo o mundo tem medo de Estaline, mesmo Estaline tem medo…”, a descobrir n’O Divã de Estaline ou o Divã do Charlatão (Freud).
A reter fica ainda a sugestão da realizadora a respeito do importante papel que Ossip Mandestam na caraterização do seu Estaline intimo e (des)humano. Autor “suicida” do amor e da verdade, que se recusou estar calado. Procurem e leiam.
“Apesar de todas as vossas gaiolas, consegui escapar” Ossip Mandestam