No Palácio Anjos, em Algés, está patente uma exposição fotográfica por Mário Cruz. Não é apenas uma exposição artística. “Living Among What’s Left Behind” é um manifesto pela ecologia e sustentabilidade do nosso planeta.
Fui com o meu filho mais novo visitar esta exposição. Não é fácil mas é necessário. Do outro lado das telas, estão pessoas como eu e como vós. Estas pessoas vivem de forma quase desumana, em casas periclitantes, assentes em lixo.
O rio morreu e as crianças pululam entre o rio, o lixo e pedaços de ferro ferrugento. Não é um filme sobre o fim do mundo mas parece. Na minha cabeça ecoa a palavra tétano. Aquelas crianças, que recolhem o lixo de um mundo consumista, querem uma hipótese de futuro.
Muitas padecem e morrem de doenças inerentes a um ambiente fértil de bactérias e outras matérias nocivas. O mundo observa a realidade e não sabe o que fazer.
Enquanto estava a observar e absorver a exposição, ouvi alguém comentar como a filha de uma amiga estava obcecada com estas questões dos plásticos e era um martírio ir às compras com ela… Se todos fossemos um pouquinho mais obcecados, se calhar, era mais fácil termos um planeta mais bonito. Um planeta onde rios mortos, como o Passig, não existissem.
Muitos parabéns ao fotógrafo, ao artista, Mário Cruz, por esta homenagem tão crua e necessária aos habitantes das margens do Rio Passig.
“Living Among What’s Left Behind” estará no Palácio Anjos até dia 30 de junho. A entrada é gratuita. Podem ver mais pormenores no site da Câmara Municipal de Oeiras
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