Hoje temos como nossa convidada da rubrica “Na Senda da Sustentabilidade”, Tânia Duarte. Já conheço a Tânia há 12 anos, quando era uma jovem acabada de entrar no ensino superior. O tempo passa tão depressa e, neste momento, já é mãe e autora publicada! Pelo meio, tem uma vida dedicada a melhorar o mundo e é disso que vamos falar hoje.
Se quiserem, podem adquirir o seu livro, na Wook ou na Bertrand.
“Eu era aquela pessoa que me achava super ecológica: fazia separação dos resíduos e posterior reciclagem, não deitava lixo para o chão, evitava desperdiçar água, comprava alimentos e produtos biológicos e doava os bens que já não queria a amigos, a familiares e a instituições de caridade. Achava que fazia muito e estava confiante que impactava o mundo de forma positiva. Encontrá-la e conhecê-la abanou as minhas crenças. A conversa que tivemos mudou para sempre a minha perceção do sentido da vida! Passei a refletir sobre as consequências de tudo e a questionar-me constantemente sobre o que eu podia fazer em prol da nossa querida Mãe Natureza, que tanto nos dá. Percebi que tudo aquilo que eu fazia era o mínimo dos mínimos exigidos a quem constantemente usa os recursos do planeta. E afinal, nada do que eu fazia obrigava-me a sair da minha zona de conforto! Os meus comportamentos do dia-a-dia eram aceitáveis noutra qualquer era da História da Terra, não agora; não numa altura em que estamos a poucas décadas de colapsar enquanto espécie humana por causa das alterações climáticas, não agora em que os oceanos estão atolados de plástico, não agora em que desapareceram 60% de espécies selvagens no espaço de 40 anos, não agora em que o desmatamento de florestas milenares cresce a dois dígitos por ano! Era e é preciso fazer algo mais! O quê? Bem, isso cada um saberá ao fazer uma auto-reflexão e a sentir o seu coração. Há quem plante árvores, outros mudam de estilo alimentar, umas pessoas sentem-se atraídas pelo regresso às lides da terra de uma forma mais sustentável, outros há que repensam as suas opções de consumo, uns organizam grandes eventos de sensibilização ambiental e os criativos reinventam a nossa forma de viver mais com menos; todos somos chamados a fazer algo, que por pouco que seja, cria valor e é uma mais-valia para todos. “A Mulher Que Apanhava Lixo” inspirou-me e hoje sinto uma grandeza dentro de mim sempre que apanho um pedaço de plástico do chão e coloco-o no contentor. Apanhar lixo é uma tarefa sísifica mas é das mais nobres ações altruístas que todos nós podemos fazer, em qualquer lugar e em qualquer altura, haja boa vontade.”
Tânia Duarte
Autora do livro “A Mulher Que Apanhava Lixo”
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