A propósito dos refugiados… Fica a história:
Era uma vez uma vila onde havia muitos gatos abandonados. Ninguém lhes ligava pois achavam-nos remelosos e mal-cheirosos. Até tinham pena deles mas o ideal era que desaparecessem.O bom dos gatos é que durante o dia não se viam e só após o pôr do sol iam aos quintais cheirar o que comer.
Certo dia, a vila descobriu que iria ser invadida por vários cães escorraçados de uma aldeia um pouco longínqua. Alguns habitantes queriam ajudar pois tinham um ar doente e olhinhos grandes e pediam comida. Alguns cães pareciam agressivos mas também precisavam de apoio.
Os vizinhos receosos que acontecesse algo queriam escorraçar os cães, escudando-se que os gatos também precisavam de ajuda, de comida e de tratamentos. Havia sonhadores que já ajudavam os gatos e que pensavam ser possível, com calma e bom senso, conseguiriam ajudar todos… Os sonhadores…
Infelizmente, os habitantes da aldeia, que tanto queriam ajudar os gatos, continuaram sentadinhos a ler o jornal e a maldizer os cães. Os que queriam ajudar os cães ficaram-se pelas boas intenções pois não queriam que os vizinhos os acusassem de excesso de ajuda. Os cães passaram ao largo e guardaram os rancores nas florestas próximas, os gatos continuaram a morrer de fome e de doença sem que se sentisse a onda de apoio dos indignados os ajudasse. Os sonhadores, essa raça maldita que quase nem parece humana, lá continuava a tratar dos gatos e a tentar retirá-los da rua, dando-lhes comida, calor e apoio e aos poucos iam à orla da floresta ajudar os cães que não receavam o que era diferente.
As crianças, essas perderam a oportunidade de aprenderem algo de novo, como solidariedade e esperança.