Parece que haverá tolerância de ponto para os funcionários públicos poderem ver o Papa Francisco no dia 12. Pelos vistos, também houve tolerância de ponto em 2010, por isso já foi aberto o precedente. No entanto, será que um estado laico deve fazê-lo?
Em primeiro lugar, somos um país maioritariamente católico e o Papa Francisco é um Super-star para católicos e não católicos. Conseguimos (a grande maioria das pessoas) sentir um afeto especial por este bom gigante que é, ao mesmo tempo, cabeça da Igreja Católica a nível mundial e representante do estado do Vaticano. Para além disso, vem a Portugal para as celebrações dos 100 anos das Aparições em Fátima. Não irei aqui discutir sobre se aconteceram ou não ou sobre a forma como Fátima se está a tornar num mercado de vendilhões – poderemos discutir isso numa outra publicação – pois a realidade é que faz 100 anos que três crianças afirmaram que viram Maria e que falaram com ela.
Agora, as minhas questões sobre a tolerância de ponto:
- então e o sector privado?
- também podemos ter tolerância de ponto quando cá vier o Dalai Lama?
- os funcionários públicos têm de pedir um comprovativo assinado para justificar a falta?
- não seria possível os funcionários públicos verem o Papa no dia 13?
- hospitais, escolas, serviços municipais terão serviços mínimos?
Por favor, não me entendam mal. Gosto muito do Papa Francisco e não tenho nada contra a Igreja Católica nem contra o governo. Mas, estando ele cá num sábado parece um pouco estranho uma tolerância de ponto para um grupo de cidadãos, sabendo que muitos não irão cumprir o objetivo da tolerância.
Se eu soubesse desenhar, fazia isto mas em bom:
P.S. – Eu sei que o desenho não é o meu forte, nunca foi nem nunca será mas digam lá que não concordam com a ideia?
Concordo com tudo o que foi aqui dito.