Com o T2 Trainspotting fiquei com vontade de rever os meus jovens encerrados na obra de Irvine Welsh.
Tinha 20 anos quando comprei o livro e li-o antes de ver o filme (como prefiro fazer) embora hoje em dia todas as personagens tenham a cara dos heróis da tela. Em primeiro lugar, adoro a forma como Welsh passa o sotaque destes jovens para o papel. Foi preciso ler em voz alta e procurar algumas respostas para compreender o que queriam dizer.
A história, não posso dizer que adorei. Não me interpretem mal, gosto muito do livro, a forma como Welsh descreve a vida de jovens toxicodependentes, no submundo de Edimburgo. Mas não é um livro fácil, não é um livro em que o leitor se sente “salvo”. Mexe connosco! Temos momentos hilariantes -adoro o Spud e continuo a adorar esta personagem, mas há momentos em que nos apetece deitar tudo cá para fora.
Mark Renton é a personagem central, aparentemente um jovem de uma família normal, que o ama e o quer apoiar, apesar de não serem perfeitos como é normal. À sua volta temos os seus amigos, Begpie, Spud e Sick Boy. Pelo meio, vamos descobrindo as suas aventuras e devaneios, conhecendo outros amigos que estão por ali e que partilham momentos e caminhos complicados e que têm histórias de vida complicadas como Hazel ou Davies.
O livros acaba de forma surpreendente (que não irei desvendar) mas que traz alguma esperança no meio da desventura. Quem viu Trainspotting 2 vai relembrar esta parte!
Não é um livro fácil… É um livro de bolinha (não proibido) mas que considero necessário que já se tenha uma certa maturidade, não tem a ver com a idade. Durante tempos sonhei com a bebé fantasma que me marcou muito e me fez chorar que nem uma Madalena, tanto a ler o livro como a ver o filme… Quem já leu?