Confesso que estou longe da perfeição. Não consigo ser mindful na educação, os meus príncipes não andam sempre com os seus melhores fatos, nem milimetricamente penteados. Por vezes, penso que sou uma mãe italiana, daquelas que fala muito alto e ama os filhos com o coração na boca. Quem me conhece sabe que a maioria das vezes sou zen… Mas quando a mostarda me chega ao nariz…
Talvez seja de ter três rapazes muito ativos, cujo barulho normal ultrapassa o nível de ruído que a minha voz aguenta. Por isso, a comunicação é, por vezes, mais elevada do que gostaria… Mas está tudo bem…
Vivemos numa época em que parece mal levantar a voz. Parece que qualquer alteração no tom de voz irá traumatizar as crianças para todo o sempre. Não é gritar a torto e a direito mas, por vezes, é necessário chamar a atenção e levantar a voz.
Atenção, quando digo levantar a voz, não digo maltratar verbalmente ninguém. Pode ser um simples NÃO, pode ser uma pergunta, pode ser um comentário de desagrado. A verdade é que somos bombardeados todos os dias com clichés como: “Temos de estar em comunicação com os nossos sentimentos”. Quais são os vossos sentimentos?
É que, por vezes, estamos zangados e temos o direito de mostrar que estamos zangados. Não é gritar mas sim conseguir demonstrar que algo nos fez ficar zangados. Não podemos ficar zangados e sorrir ou ficar zangados e calados.
Há que ter equilíbrio e escolher as lutas. Quando um filho coloca os dedos na tomada, o primeiro impulso é gritar para que se afaste. Depois, explicar calmamente porque é que não se coloca um dedo na tomada.
Quando partem um prato depois de terem sido avisados que, se continuassem determinado comportamento isso poderia acontecer, parece-me natural que um pai se zangue… e que haja consequências, como ajudar a limpar.
E, depois há os gritos de mãe italiana, que surgem nos momentos de stress. É aí que preciso de respirar fundo… Quando faltam 5 minutos para as aulas começarem e ainda há alguém a despachar-se… Quando temos uma visita para o almoço e alguém ainda está a dormir… Enfim… É aí que tenho que acalmar a italiana que há em mim, contar até 10, respirar fundo, sorrir e acenar!
De resto, posso ser italiana à vontade. Há alguma coisa mais assustadora que uma sogra italiana? Estou a brincar!!! Eu nunca iria verificar o nível de pó em casa das minhas noras ou comparar os meus cozinhados, prometo!
Para técnicas sobre como diminuir o nível de ruído em momentos tensos, podem ler este resumo sobre o livro de Magda Gomes Dias. Parece ser um bom começo
Se estiverem com vontade de ler textos sobre mães e filhos, maternidade em geral e em particular, podem ler Palavra de Mãe.