Este não é considerado uma das grandes obras de Steinbeck. É cru, é cruel, é duro como era a época em que foi escrito. Steinbeck mostra, para além do seu lado inquisidor face às crenças diversas num pequeno aglomerado, um respeito atroz pelo ciclo da vida e da morte, o ciclo da natureza que não recomeça. Acaba e depois começas com novos participantes. O sacrifício final e o amor à terra são temas que me são queridos e este livro prendeu-me do início ao fim.
Eu sei que li este livro aos 16 anos mas a verdade é que, passado um milénio, já não me recordava de nada. Para além disso, faz muito mais sentido para mim hoje em dia. As personagens são duras e a história tem um encadear leve como a brisa mas poderoso como uma tempestade que fica dentro do leitor a remoer…
Aqui fica a sinopse:
As antigas crenças pagãs, as grandes epopeias gregas e os relatos da Bíblia servem de base a este romance extraordinário, que Steinbeck demorou cinco longos anos a escrever. Ao dar cumprimento àquele que sempre fora um dos grandes desejos do pai, criar uma quinta próspera na Califórnia, Joseph Wayne acaba por vir a acreditar que uma das mais belas árvores dessa quinta incorporou o espírito do seu progenitor. Os irmãos e respectivas famílias, que foram viver com ele, beneficiam dos êxitos e da prosperidade de Joseph, e a quinta vai-se de facto desenvolvendo – até um dos irmãos, assustado pelas suas crenças pagãs, decidir cortar a árvore, o que faz com que a doença e a fome se abatam de súbito sobre todos eles. A um Deus Desconhecido (1933) é um romance quase místico, que tem por tema central o modo como os homens tentam controlar as forças da natureza, e ao mesmo tempo compreender a sua relação com Deus e com o inconsciente.
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