De pequenino se faz um cidadão

DE pequenino se faz o cidadão

Como se faz um cidadão? Quando temos filhos, sabemos qual a maneira certa de eles aprenderem. Porque não conseguimos fazer isso em relação à cidadania?

Não atiramos lixo para o chão. Esperamos que os nossos filhos não o façam. Não cuspimos na rua. Esperamos que eles não o façam.
Queixamo-nos do estado da política. Sabemos que eles o irão fazer.
Não vamos votar e eles vêem. O que diz isto da nossa sociedade?

A abstenção foi a grande recordista deste domingo. As eleições europeias podem parecer menores em termos de acto democrático. Consigo compreender isso. Também consigo perceber como a praia é mais interessante do que as urnas de votos. O que não consigo perceber é como nos podemos queixar se não fazemos uso do único direito que temos. Este direito pode mudar os resultados.

Se 70%, vá 50% tivessem ido votar e votassem 25% no Basta e 25% no Livre, já tinham vencido a qualquer um dos partidos do costume… Nada tenho contra os partidos do costume ou contra qualquer partido… Sou uma mulher que os prefere inteiros. Porém sei que devo votar e que todos os votos contam.

Agora, os pequeninos. Este ano, levei o mais novo até às urnas. Fomos o caminho a conversar com o pai sobre os partidos que existem. Explicamos-lhe para que serviam as eleições europeias. Há noite, estivemos a ver o jornal e a explicar o que se estava a passar. Os meus filhos não sabem em quem voto por isso não vencedores nem vencidos. Há partidos com mais ou menos votos.

Vimos o Ricardo Araújo Pereira, em Gente que não sabe Estar. Como normalmente fazemos, vamos vendo, vamos conversando. Eles adoraram o sketch sobre o boletim metereológico favorável a combater a abstenção.

Os portugueses estão cansados da mesma política, dos mesmos jogos de poder. Não estamos a preparar a próxima geração para mudarem o mundo. Se não dermos o exemplo, não podemos esperar que eles sejam a geração que vai conseguir tornar Portugal melhor!

Qual a vossa opinião?