Nestes tempos tenho tido muito contacto com atividades dos Escuteiros, pelo simples motivo de eu ser um e de eu as ter tido ao longo deste final de mês. Aprendi o quê? Posso dizer com toda a certeza que aprendi, não de novo mas um pequeno a respeitar os meus deveres, direitos, mas sobretudo as minhas obrigações. Porque eu já fui, no passado, um dos que disse a frase:
“Prometo pela minha honra e com a graça Deus fazer todos os possíveis por…” Quem é escuteiro, padre assistente, pai de escuteiros ou simplesmente quem gosta de seguir os agrupamentos já ouviu por várias vezes esta expressão ser dita, pois é o início da promessa do escuta ditada por B.P., mais conhecido por Robert Baden-Powell, no seu livro Escutismo para Rapazes, ou como em inglês, Scouting for Boys.
Ser escuteiro tem a ver com honra, com paz, com obrigação. Durante um dos dias de acampamento tivemos uma missa com o padre, que nos sublinhou por várias vezes a versão da divisa do escuta que não o é, mas por outro lado é a realidade. Na minha promessa, a divisa do escuta foi Sempre Alerta, e no entanto ele disse por várias vezes que era Alerta para Servir. No início pensei que devia corrigir. Pensei que estava errado.
Mas não estava, tenho a certeza. Durante a nossa promessa, nós juramos pela divisa Sempre Alerta mas realmente o escuta está Sempre Alerta para Servir, sempre pronto a ajudar o próximo, sempre pronto a trabalhar. Tive neste último mês 11 dias de acampamento, dias difíceis, sempre a trabalhar; dias difíceis, sempre a ajudar. Mas isso não nos deixa tão bem por dentro.
O mundo é feito de bondade, no fundo. Por muitos maus actos que sejam feitos por seres humanos, ou por ódio ou por azar, ou por curiosidade ou por tristeza, é a bondade e outros valores de género parecido que dominam o mundo. Quem nunca sentiu egoísmo, ou inveja? Há sempre alguém assim, mas também há quem, acima do egoísmo e da inveja, tenha uma coração bom.
A essas pessoas eu dedico os meus louvores, porque mais difícil que estar no silêncio é falar acima das vozes contraditórias que nos levam para fora dos caminhos, não da verdade, pois esta não se deve discutir, cada um acredita no que quer acreditar. Mas sim, pelos caminhos da bondade, dos valores e dos afetos.
Esta ilustração aparece no livro Escutismo para Rapazes, de B.P., e é esta obra que nos guia na nossa carreira pelo escutismo, e eu aconselho a todos. Sim, eu sei, nem todos são católicos, mas no entanto este é um livro que nos ensina a viver em paz, independentemente da realidade que escolhermos.