Irmãos – Uma Aventura

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Esta publicação vem muito atrasada! Um texto sobre irmãos, sobre crianças, sobre as comemorações do dia dos Irmãos a 31 de maio e do dia das crianças a 1 de junho e de como ambos se interligam e complementam.

Em jeito de retratação, nada tenho contra os filhos únicos, nem quem tem apenas um filho. Não acho que os filhos únicos são hiper-mimados ou que os pais de filho único são pais helicóptero. Isso pode acontecer em qualquer família, de qualquer tamanho.

Ter mais do que um filho é uma aventura! No entanto, pessoalmente, dar um irmão (ou mais) ao nosso primogénito, é a maior prenda que se pode dar a uma criança, e eu sei do que falo.

Eu pedi um irmão e recebi-o! Claro que estava nos planos dos meus pais terem mais do que um filho, mas aquela noção de importância, tornou-me toda a vida responsável por aquele pequeno ser que veio, durante vários anos, infernizar a minha vida de adolescente e enriquecer todo o resto da minha existência.

Não consigo conceber a minha vida sem o meu irmão e foi, sem sombra de dúvida, o melhor presente que os meus pais me poderiam ter oferecido. Nas melhores horas, ele esteve e está ali para mim e nas horas mais escuras também. Espero conseguir estar lá também para ele, sempre que precisa.

Com os meus filhos é igual… Apesar de ainda estarem naquela altura em que tanto se adoram, como se detestam, tanto brincam relaxadamente como começam às lutas no sofá, que descambam para o obrigatório: MÃÃÃÃEEEEEEEE! espero que, um dia percebam a incrível bênção que é ter um irmão.

Não é só na infância que é importante ter um irmão. A escola mais importante da vida começa em casa e as aprendizagens com os irmão são verdadeiramente importantes: a partilha do espaço, da atenção, dos objetos, das decisões marcam-nos para a vida toda, para melhor ou pior. Tudo isto faz parte de um conjunto de capacidades que serão importantes ao longo da vida.

No entanto, há medida que crescemos, o papel dos irmão na nossa vida não diminui de importância. Eles estão lá para nos apoiar nos bons e maus momentos e, apesar de nos poderem dar na cabeça, também têm a capacidade de nos dar a mão quando precisamos.

Nem sempre é tudo rosas, há espinhos, há dores, há relações mal criadas desde a raíz. Só que nem sempre tem a ver com a diferença de personalidades, mas com a forma como os pais trabalharam essa relação. Quando os pais comparam constantemente os filhos ou não ajudam a criar esse laço, é normal que haja ressentimentos. Cabe aos manos adultos tentar resolver essa situação ou então deixar para trás.

Para os que conseguem equilibrar, restaurar e manter boas relações com os irmãos, é na idade adulta que se vê a importância da fraternidade. Num divórcio, na doença, na morte de um dos pais… ninguém melhor que um irmão para nos acompanhar nesses caminhos negros. É nesse momento que é mais complicado ser filho único! É no ficar sozinho, numa casa escura, num quarto de hospital, no vácuo sem poder partilhar a dor mais profunda.

Era para ser um texto sobre crianças! É bom quando as crianças podem partilhar as lutas de mangueiradas de água no verão, os passeios pela floresta no outono, os sofás, as pipocas e o cinema no inverno ou as idas aos lagos na primavera.

Porém, poder partilhar o nascimento do primeiro filho com um irmão, um coração partido ou simplesmente a fotografia do bolo que fizemos é dos melhores momentos que podemos ter!

Se tiverem 3 ou mais filhos, espreitem a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas e as suas vantagens!

Qual a vossa opinião?