Com três filhos, só o ano passado é que precisei de me preocupar com aquelas prendinhas que os meninos levam para oferecer ao resto da turma nos aniversários.
Os meus mais velhos fazem anos nas férias de verão, por isso nunca me preocupei com esta questão. O mais novo faz anos em fevereiro e, apesar de já ter acontecido no dia de carnaval, o resto é em tempo de aulas.
Eu não sou adepta dos sacos de plástico com doces. Não os ofereço. Quando os meus filhos o recebem, peço-lhes que os guardem na caixinha dos doces (cada um tem a sua) e que usufruam deles com juízo. É claro que muitas vezes não chegam à caixa dos doces…
No ano passado, tinha decidido oferecer aos coleguinhas do C. um caderninho e um lápis. Porém, o C. pediu-me para não oferecermos isso aos seus amiguinhos este ano. Ainda equacionámos um daqueles livrinhos pequeninos, uma vez que estão a aprender a ler.
Depois de refletir um pouco, pensei que deveríamos oferecer algo que não tivesse plástico, que fosse útil e que lhes ensinasse algo. Um livro teria sido perfeito (e talvez seja para o ano) mas como ainda não dominam a leitura, fizemos outra opção.
Encontrei uns vasinhos de barro, comprei terra na florista do bairro e arranjei umas sementes de salsa e outras de espinafre. A experiência que tenho com estas duas plantas tem sido positiva e espero que funcione com as crianças também.
Pedi aos filhotes que ajudassem e fizemos uma linha de montagem. Eu colocava terra nos vasos, eles colocavam as sementes e calcavam e arrumavamos tudo na caixa de transporte.
A professora foi muito aberta em relação a isto e isso foi muito importante. Receei que tivesse medo que as crianças pudessem deixar cair os vasos, que sujassem mas não. E assim foi. No dia de anos do C., cada criança levou para casa um vaso com sementes que espero que germinem.
A professora explicou-lhes que eu não queria oferecer um saco plástico com doces porque estava preocupada com os peixinhos. Explicou-lhes como o plástico faz mal à natureza e como devemos evitar usar e deitar fora. Frisou também a importância das plantas e pareceu-me que as crianças perceberam.
Não me livrei, à saída, de me dizerem que também gostavam de doces… Mas o bolo já fora ótimo para adoçar a boca!