Independentemente de se celebrar o Natal como o ponto alto das celebrações cristãs, a verdade é que o Natal hoje é muito mais do que isso. Não é bom, nem mau, é simplesmente assim. É o momento em que as famílias se juntam, em que as crianças vivem toda esta magia e que nós tentamos criar esses momentos especiais.
Depois, as tradições têm mudado, para o bem e para o mal… Há muito mais consumismo, há homens de barba branca em todo o lado, há uma necessidade de nos mantermos actualizados em relação à decoração natalícia, há uma pressão em ter, ter, ter.
É difícil encontrarmos o equilíbrio num mundo em que a televisão nos passa a vida a bombardear com tudo o que nos faz falta ou que pensamos que nos faz falta. Os filhos fazem listas infindáveis de tudo o que desejam receber e os pais tentam chegar a um compromisso, com ou sem Pai Natal. Cá em casa não há Pai Natal, no sentido normal. Eles gostam de enviar uma carta, sabem a história, mas nunca “investimos” nessa questão. Já vi demasiadas crianças frustradas quando descobrem que o Pai Natal não existe e decidimos não o fazer. Não quebramos a magia do Natal, apenas contornamos de outra maneira.
Há teatros, espectáculos, música, luzes e atividades por toda a cidade. Há livros, filmes e momentos especiais em casa. Os nossos pequenos estão a preparar um pequeno concerto de natal para a família, temos os livros que saem do baú nesta altura do ano e o calendário do advento com propostas de atividades solidárias e narcisistas.
O que realmente importa é usarmos esta época para sermos felizes e criarmos os momentos que os nossos filhos vão recordar quando crescerem e não sermos usados por esta época para nos sentirmos impotentes ou que não conseguimos ter galinhas tão gordas como as do vizinho… O que importa é a forma como partilhamos a galinha e com quem…
Sejamos mais felizes, com memórias mais felizes, mesmo que seja com menos, muito menos… o mais que importa, esse é nosso.