Procurar a voz perdida

Quando somos mães, ou nos transformamos em mães, ouvimos várias vezes:

  • Não nos podemos esquecer de nos mimarmos!

É uma grande verdade! Olhar para nós e tirarmos um tempo para fazermos algo que nos dá prazer, pode ser algo tão simples como ler um livro, fechar os olhos e ouvir as músicas das nossas vidas ou ir à manicura.

O que não ouvimos é:

  • Não percas a tua voz!

E, com o tempo, com a azáfama do dia a dia, esquecemo-nos de nós, não do prazer, mas mais importante, da nossa essência, da nossa voz.

Quantas vezes não calamos o que sentimos ou mordemos a língua? (Isto não é uma apologia ao uso da asneira ou da má educação, temos sempre maneira de dizer as coisas, sem chegar a esse ponto!!!) A questão é quantas vezes queremos dizer algo e não dizemos só porque sim, para não sermos mal-interpretadas, para não pensarmos no que poderão ficar a pensar de nós (o meta-pensamento mata-nos), porque não é a altura ideal, porque não é a pessoa certa…

Depois, conhecemos velhinhas simpáticas que dizem algo como:

  • Com esta idade, já posso dizer o que me apetece…

E ficamos a pensar… porquê?
Porque é que não podemos dizer:

  • Gostei mesmo da maneira como lidaste hoje com aquele senhor na reunião.
  • Muito obrigada por ter sido tão simpática quando me atendeu hoje!
  • Gostava de ter tempo para conversarmos mais. Que tal tomarmos um café?

Não perdermos a voz dos tempos em que sonhavamos e continuar a usá-la. Procurar melhorar o mundo com ela, continuarmos a ser nós. Não desistirmos e procurar a nossa voz no fundo do nosso coração.

Quando nos olhamos no  espelho, quem somos?

Qual a vossa opinião?

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