Sem Sangue é um thriller curto de Alessandro Baricco. Logo de início o nosso estômago leva um murro, quando o irmão e o pai de Nina são mortos a sangue frio num contexto de vingança pós-guerra. Depois, a narrativa flui de modo tão suave que quase não parece ser a mesma história, contada pelos sobreviventes deste maléfico evento inicial.
Nina cresceu e foi vingando-se aos poucos dos que lhe tinham tirado os homens da vida dela. Tito, um dos “vilões” (se os há numa guerra, ou se não são igualmente vítimas de outros com mais poder), o que a deixou sobreviver, esperou que ela viesse ter com ele para morrer.
O que se passa depois é um misto de ternura e amargura que me recuso a descrever mas aconselho a ler. Sentimos o nosso coração ficar pequenino e paramos de respirar até gradualmente conseguirmos voltar a respirar normalmente mas sempre com uma sensação de opressão até ao fim. Quem é que não gostaria disto?