A Escola em Casa e manter a sanidade

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Isto de ter a escola em casa está a ser um desafio para todos, por todo o país. Não é apenas o facto de ter as crianças fechadas. É todo um mundo novo de gadgets, saudades e aprendizagens, tanto para filhos como para pais.

No fim do segundo período e nas férias da Páscoa, o trabalho escolar foi experimental e foi-se fazendo o melhor possível. Porém, este terceiro período trouxe-nos muitas surpresas e uma necessidade de adaptação mais rápida.

O nosso Caso

Cá em casa, temos 3 estudantes: um no 11º ano, outro no 6º e um no 2º ano. As diferenças são abismais. O mais velho é totalmente autónomo e, à partida, não tenho que me preocupar muito. O facto de ser um aluno do ensino artístico especializado fez com que a adaptação fosse rápida, pois a escola dele ajustou-se logo de início.

Ele tem aulas por zoom, desde o início, trabalhos que faz de forma autónoma e aulas de instrumento online. Estas últimas seriam o maior desafio pois o sistema audio, cá em casa, não é perfeito, mas tem corrido bem.

O nosso N., no 6º ano, surpreendeu-nos. Gosta da forma como tudo está a ser trabalhado. De manhã, tem aulas por Cisco Webex, em sessões de 30 minutos e depois tem a telescola, quase até às 13.00. Durante a tarde faz os trabalhos que precisa e tem as aulas do ensino articulado de música.

No geral, é muito autónomo. Só preciso de o relembrar dos horários, de resto, 5 estrelas. Está a gostar muito de estar em casa e, quando ouviu que as escolas iriam abrir, perguntou se poderia ficar por casa… Parece que está a gostar. Também tira um tempinho, todos os dias, para falar com os amigos pelo hangouts ou então jogar online com eles. Isso tem o feito mais feliz.

O mais novo tem sido o com mais dificuldade em se adaptar. Este novo ritmo custa-lhe. Tivemos que nos sentar e ver as horas que ele costumava trabalhar na escola e comparar com o horário em casa.

De manhã, tem logo a telescola e às 11.00 encontra-se com a professora, por Cisco Webex, duas vezes por semana. Também pode trocar emails para tirar dúvidas. Depois do almoço, faz as suas tarefas escolares e tem aulas de música.

No entanto, não quer fazer nada sozinho. De dois em dois minutos, precisa de perguntar o que tem que fazer e custa-lhe concentrar. Eu percebo… Não é fácil. E eu fico! Mas penso, e se eu estivesse em teletrabalho?

Os Parabéns

Aos pais e aos professores, pela adaptação. Os pais que conseguem lidar com o teletrabalho e as crianças pequenas merecem um prémio… Imagino quão complicado deve ser manter todas as bolas no ar.

Os professores, que todas as semanas, têm centenas de trabalhos para corrigir, aulas para preparar, muitas vezes, filhos para cuidar. Há ainda aqueles que, como o meu marido, têm que ir à escola estar com alunos que precisam deles! Foi o maior salto tecnológico que a escola deu nos últimos 25 anos (diria eu). Não é fácil!

Meninos Especiais

A adaptação para os meninos especiais é mais complicada e o ajustamento também. Estes pais merecem dois prémios! Alguns adaptaram-se muito bem, mas outros, a alteração de rotina e a falta de apoio mais personalizado pode deixar alguns alunos de parte.

Famílias Numerosas

O problema de quem tem muitos filhos em idade escolar começa pelo básico: a informática. Ter computadores, telemóveis ou tablets para todos é um desafio. Aconteceu connosco! Felizmente herdámos um velhinho da avó e conseguimos mandar arranjar outro velhinho, o que fez com que cada um possa trabalhar no seu, mesmo que seja com windows 7. A rede wifi é que ficou sobrecarregada e tivemos que comprar um amplificador de sinal.

Imagino que em famílias com o dobro do número de filhos, os problemas tripliquem. São os materiais, o espaço, os horários e a sua coordenação. Não deve ser fácil. Muitos parabéns a todos!

Outros Problemas

A falta de internet, material informático e apoio familiar são problemas reais. Muitas famílias não têm acesso a este material. Alguns concelhos, como o de Oeiras, conseguiu fazer um levantamento das necessidades e supri-las. Noutros lados, juntas de freguesia, associações e até privados tentam ajudar a suprir esta falha.

Gostava de ver a MEO, NOS e Vodafone colaborar, ver outros concelhos a darem o salto extra e darem o apoio necessário para que estes alunos não fiquem para trás.

Não vai ser fácil. Este é o maior desafio que as famílias têm enfrentado, algumas desde sempre. Juntos, vamos conseguir. Se precisarem de desabafar, temos um pequeno grupo de mães no whatsapp, com crianças de todas as idades. Não julgamos e, por vezes, só partilhamos coisas para rir, outras desabafamos, outras trocamos fotos de comida deliciosa… Há de tudo!

Não percam as nossas Dicas para Sobreviver à Quarentena em Família!

Qual a vossa opinião?

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