Corpos mamã, pós-mamã e pré-mamã

corpos mamã

Tenho este texto atravessado na minha cabeça há uma semana. Entristece-me que continuem a olhar para a mulher como esculturas de perfeição única. O corpo feminino, corpos mamã, pré-mamã e pós-mamã está constantemente a ser escrutinado pelos vários padrões de todos e mais alguns.

Houve alguém que teceu um comentário pouco simpático sobre o corpo da Carolina Deslandes, que em três anos teve três crianças. Pessoalmente, acho que está ótima… Porém, não me parece simpático que alguém seja convidado em minha casa, virtual ou presencialmente, para me dizer que estou gorda.

Eu gosto bastante de passear pelo instagram. Não vou passear na casa dos outros, a dizer que se deviam vestir mais, despir mais, fazer dieta ou ginástica… É uma questão de boa educação!

Voltando aos corpos mamã, pré-mamã ou pós-mamã. Eu pesava 48 kg quando me casei. Com a gravidez número 1, cheguei aos 70. Com a número 2, engordei 7 kg, perfazendo os 63. Com a última gravidez, engordei 12 kg e cheguei aos 64. Nunca mais voltei aos 48. Fora da gravidez, nunca ultrapassei os 60 e sou gulosa…

É o meu corpo! Quero que seja saudável! Quero ser bonita, segundo os meus padrões e segundo o que me é possível. Não vou para o ginásio diariamente. Não tenho tempo nem apetência para tal! O meu corpo pós-mamã não é perfeito mas os seres que lá foram gerados são milagres.

As mudanças que o meu corpo sofreu para que eles cá estivessem são pequenos milagres. Todos os homens, ao olhar para uma mulher, deveriam estar sempre cientes que aquele corpo é portador de milagres. Bombar sangue para dois corpos, gerar um ser dentro de nós muda-nos em muitos aspectos: por dentro e por fora.

Mesmo que não tenhamos sido mamãs, mesmo que os nossos corpos não façam parte do estilo de beleza que parece invadir os instagrams da nossa vida, amem os vossos corpos. Se és magra, é porque és magra. Se és cheiinha, é porque és cheiinha. Se és flácida, musculada, alta ou baixa… haverá sempre um troglodita para apontar o dedo. O meu desejo é que esse dedo murche para sempre!!! É o nosso corpo! Ninguém, a não sermos nós, tem nada a ver com ele.

A todos os homens que acham que as mulheres estão aqui para embelezar a sua vida, cresçam ou comprem uma barbie. As mulheres são muito mais do que um corpo e, se as amam, amam tudo o que elas têm para amar! Somos tão mais do que o invólucro que nos rodeia.

E, depois, há a grande mudança. Ser mamã é um pequeno enorme milagre. O peso a mais poderá sair, para umas com mais dificuldade do que para outras. Peçam ajuda, se é isso que querem. Aceitem que o corpo mudou, mas para melhor. E, ser mãe fará com que a vossa vida nunca mais seja a mesma! E, por favor, não se comparem à vizinha do andar de cima que saiu da maternidade sem barriga… é uma sortuda mas nem todas somos assim!

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