Como mãe de adolescentes preocupam-me estas notícias de casos de adolescentes brutalmente agredidos aos 14, 15 anos. Pode ser normal os jovens saírem à noite mas, para mim, deve ser algo combinado e não uma atividade normal e diária. Se nesta idade, já se vai aos bares e faz vida de rapazes de 20 e poucos anos, o que irão fazer quando tiverem 20?
Para mim, o sair à noite nestas idades pode e deve ser acompanhada pelos pais, para modelar comportamentos, para poderem conviver e conhecerem-se melhor. Podem ir casais e os filhos, de modo a estarem todos em grupos etários e em convivência. É preciso haver limites.
É nesta altura que eu percebo que estou a ficar igual à minha mãe… E os problemas parecem continuar semelhantes mas piores. Precisamos muito de nos consciencializar que os filhos têm de ter limites e têm de esticar a corda e ter limites e esticar a corda mas sempre dentro dos limites.
O meu coração está com os pais de todos os jovens que têm protagonizado estes incidentes. Precisamos de socializar mais e melhor, sem álcool, sem artifícios e com vontade de estar juntos. A vida nem sempre é perfeita e os pais de adolescentes sabem que tanto temos fofinhos gigantes ao nosso lado, como, de repente eles se transformam em monstros escuros recolhidos dentro de um armário cuja vida é uma porcaria. Nada que um bom bife ou um jogo de cartas não cure!
Espero que sejam casos isolados e que os jovens percebam que os punhos não são a melhor maneira de resolver os problemas, que a vida não é um jogo de computador e que há consequências. É impossível pedir que sejam adolescentes felizes pois é uma antítese mas que vão encontrado pequenas felicidades no meio das dores do crescimento!
Lembro-me sempre de Rui Veloso e Não há estrelas no céu a dourar o meu caminho. Passado tantos anos, ainda temos noites escuras e sombrias… A primavera da vida é difícil de viver mas há esperança ao crescer!