KINO – Mostra de Cinema de Expressão Alemã

Alguém faltou às aulas de história, outros não prestaram muita atenção aos desenvolvimentos dos últimos anos, há muitos que não aprenderam com os erros (recorrentes) da história da humanidade, há pessoas com medo da mudança e uns imbecis que simplesmente não sabem fazer melhor.

Concluída mais uma KINO – Mostra de Cinema de Expressão Alemã, o balanço é (como habitualmente) bastante positivo: Haus ohne Dach (Casa sem teto), Alki Alki (Ébrio, Ébrio), Siebzehn (Dezassete), Ich und Kaminski (Kaminski e eu) foram somente algumas das obras com que fomos presenteados este ano. Contudo, o nosso destaque vai para os filmes de Josef Hader, Petra Biondina Volpe e Thomas Stuber.

 

Wilde Maus (Wild Mouse) de Josef Hader

Quando a reestruturação e os cortes orçamentais de uma empresa são o sinónimo de despedimentos, nem que seja do famoso crítico de música Georg, há um problema. Quando as pessoas à frente das empresas não são capazes de modernizar, gerir o seu pessoal, adotar novas medias, atualizar … não têm cabeça para gerir, há sempre alguém a perder a cabeça também.

Die göttliche Ordnung (A ordem divina) de Petra Biondina Volpe

A década não poderia ter começado de forma promissora: Woodstock, Flower Power, revolução cultural, liberdade de expressão, manifestações anti guerra, amor livre, liberdade sexual, … em todo o mundo se notaram estas alterações, em todo o mundo? Todo? Não! Uma aldeia povoada por irredutíveis suíços resiste agora e sempre a estas modernices invasoras que atestam contra a ordem divina das coisas. Os homens trabalham para sustentar o lar, as mulheres cuidam da lida a casa; os homens mandam, as mulheres obedecem; os homens têm o direito ao voto, as mulheres não!

Herbert de Thomas Stuber

As pessoas tendem a embarcar nesta vida como se de uma viagem de longo percurso se tratasse, com todas as paragens, estações, apeadeiros e transbordo … até se aperceberem que embarcaram num TGV e que se dirigem de forma resoluta para um precipício, e a via ganha um outro significado. Herbert, outrora o Orgulho de Leipzig, é um pugilista profissional e detentor de inúmeros e incorrigíveis erros pessoais e profissionais cometidos ao longo da sua vida, quando se vê, de um momento para o outro, com os seus dias contados ao ser descoberto que tem uma doença incurável do sistema nervoso motor.

 

Três filmes que retratam acontecimentos ao longo de três décadas tão atuais como as notícias da última semana. Lamentavelmente as mentes das pessoas não conseguiram acompanhar todo o avanço industrial, tecnológico, o desenvolvimento no campo da ciência e medicina. Quando antes se morria à nascença, à porta da puberdade, aos trinta (com sorte), agora somos levados a desfrutar dos sabores e dissabores da vida.

Quando a preferência das nações passa por “queimar” o dinheiro em bombas, “atirar” o dinheiro por um cano de uma arma; gestores vivem em mansões, conduzem carros de alta cilindrada, tiram umas (recorrentes) férias do trabalho enquanto entregam as suas empresas à banca e o “mexilhão” não consegue juntar o suficiente para pagar a renda do seu exíguo lar, guardam uns trocos para o bilhete e aproveitam as suas férias para realizar alguns biscates, “há algo de podre no reino da Dinamarca”.

Frauen sind Bessere Männer

 


(Tal como um artista, antes de criar a sua obra de arte, Deus elaborou um tosco esboço)

Qual a vossa opinião?

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