É isso mesmo, ao menino e ao borracho é Deus que põe a mão por baixo. Não é a mãe nem o pai, nem a avó nem a tia. Às vezes, os professores ou os catequistas ou os treinadores são duros, não perdoam pequenas questões, não dobram as regras pelos pequenos. E isso incomoda-nos como pais.
Queremos que o caminho dos nossos filhos seja livre de percalços, queremos remover as pedrinhas todas do caminho, não apenas as grandes mas também as pequeninas para que não tropecem ou se cansem. Criticamos quem critica as nossas crias, defendemo-las com unhas e garras em momentos que não devíamos… Chegámos à sociedade da desresponsabilização porque “ainda são umas crianças”, “têm tempo para isso” ou “coitadinhos dos meus meninos”.
Para educar uma criança é preciso uma aldeia. Uma aldeia unida em que todos cumpram o seu papel e tentem orientar as crianças para crescerem felizes mas responsáveis… A felicidade não tem, nem deve ser um sim constante… Haverá momentos em que os nossos filhos irão sofrer porque os mudam de turma, porque têm um professor mais cansado, porque o treinador os tira do jogo para colocar alguém que joga melhor. É aborrecido mas acontece e o papel dos pais é ajudar a compreender mas não se irritar com os outros habitantes da aldeia.
Podemos e devemos falar com os adultos sobre os problemas que afligem os nossos filhos e tentar encontrar um meio termo para o caminho que queremos para os nossos filhos. Por vezes, temos de jogar o jogo do mata-esfola e apoiar as escolhas do treinador, as opções do professor ou a opção do catequista.
Quando crescerem e forem para a universidade ou trabalhar, não vamos poder continuar a protegê-los. Não podemos ir falar com os professores para reverem o exame ou explicar ao empregador como o horário das 9.00 às 5.00 era perfeito para o nosso filhote quiducho. A vida não funciona assim! Apoiar um filho não tem que ser estar contra o mundo todo mas estar com o mundo e ajudar a crescer para a autonomia num mundo onde nem tudo é cor de rosa!
Tentarei cumprir, da melhor forma possível, o meu dever e fortalecer o meu filho e prepará-lo para enfrentar as dificuldades. Uma boa base de apoio em casa, com a família, cria pessoas mais fortes e independentes, na minha opinião, não uma luta com o resto do mundo, como dizes 🙂
Força <3 Bjs!