Quando parte alguém, demoramos sempre algum tempo a aceitar a sua morte mas será que aceitamos mesmo? Quanto tempo demoramos a matar o morto?
Há 5 fases cuja duração depende de pessoa para pessoa. A negação surge primeiro quando nos negamos a acreditar no sucedido. Seguidamente, surge a raiva, tudo nos parece uma injustiça, porquê a mim?, porquê agora?. Na fase da negociação, tentamos negociar o impossível com o impossível.
O período negro da depressão aparece quando finalmente percebemos que as pessoas de quem tanto gostamos desapareceram e não as tornaremos a ver mais. Não voltaremos a conversar com elas, a passar tempo com elas. A última fase é a da aceitação mas esta exige um percurso feito e bem feito até se atingir a paz que tanto se procura no fim de uma grande perda.
No entanto, esta é a teoria… Na prática, quanto tempo demoramos a compreender que uma pessoa de quem gostamos não estará lá para conversar connosco, para nos orientar, para nos dar festinhas e para lhe darmos carinho?
A morte é inevitável e o aprendermos a aceitá-la é uma lição de vida que, infelizmente, todos teremos de aprender aos poucos. O único remorso que fica, para mim, são as palavras que nunca direi, o tempo que não passei por estar preocupada com outras prioridades que, se calhar, não eram tão prioritárias quanto isso.
Quantos de nós não falamos com o vazio esperando que a pessoa que perdemos nos ouça? Olhamos para as fotos e tentamos medir a saudade, como se fosse mensurável o buraco que recebemos no peito, cada vez que alguém a quem amamos nos deixa para sempre.
Esta lição inevitável traz outra lição vital para vivermos melhor: se estamos vivos, temos o dever de ser felizes. Temos de olhar para o dia a dia com os óculos mágicos e aproveitarmos todos os minutos. A vida, dos 8 aos 80, é sempre curta, há sempre algo que gostaríamos de ter feito, de ter dito ou de ter escrito. Não podemos perder tempo ou energia com algo que nos faça mal.
Depois da aceitação do inevitável, cá ficamos com as saudades, com as memórias e as aprendizagens e, acima de tudo, com o amor.
Falou tudo, parabéns! A morte deve ser respeitada, mas não devemos vivê-la para ela… e sim a nossa vida. É normal ficarmos tristes com a partida de alguém, principalmente entes queridos, mas a fase d eluto jamais pode ser eterna!
É isso mesmo Felipe… Embora custe muito, a vida tem de andar para a frente, até como maneira de honrar os que já partiram.