Cada filho é único. Cada gravidez é única. Cada parto é único. Apesar de ter sempre tido o que se considera um parto fácil, este foi, sem dúvida o melhor de todos.
Em primeiro lugar, quero agradecer à equipa que me seguiu e me apoiou neste trajeto estranho que é ter um bebé no meio de uma pandemia. A todos no Hospital São Francisco Xavier, o nosso muito obrigada. Estar ali foi quase como estar num hotel de 5 estrelas. Fomos muito bem tratadas e cuidadas e gostaria de ter tido todos os meus bebés ali.
Às 39 semanas e dois dias, por volta das 17.00 comecei a ter mais dores. Já tinha algumas mas isso nem sempre é indicador de entrada em trabalho de parto.
Fui tomar banho, lavar e secar o cabelo, organizar os últimos preparativos e conversar com os filhotes sobre a minha ida para o hospital. Foram todos levar-me ao hospital, por volta das 19.30 e vieram para casa.
Com esta questão da pandemia, o pai só poderia estar presente no período expulsivo, sendo que ainda teríamos que aguardar pelo resultado do exame do covid. O meu resultado só chegou às 2.00 da manhã e, nessa altura, já a bebé tinha nascido. Isso significaria que dificilmente o pai poderia estar presente.
Para além disso, não tivemos que nos preocupar com quem ficariam as crianças durante a noite. Para o pai, foi mais chato, pois só conheceu a filhota dois dias depois… Em nada, diminuiu o seu amor e ligação com ela.
Voltando ao serviço de urgência de obstetrícia, fui levada para dentro e observada, já tinha 5 dedos de dilatação e fui encaminhada para a sala de parto.
Um quarto individual, espaçoso, onde estava eu e a enfermeira, que me fez logo o teste da Covid. Foi chamada a médica anestesista para fazer a minha primeira epidural. Foi a melhor coisa que me aconteceu. Depois de três partos sem epidural, neste consegui relaxar e vivenciar de uma forma muito mais presente.
O trabalho de parto decorreu de forma célere e sem problemas. Por volta das 21.30, já estava com a dilatação completa e a enfermeira veio verificar se estava tudo bem.
Eu tinha pedido um parto com o mínimo de intervenção possível. Por isso, só estávamos nós e um enfermeiro pediátrico. Veio uma médica para ver se estava tudo a correr bem e foi novamente embora.
Desta vez, a mesa não de transformou numa daquelas marquesas onde temos de ficar com as pernas abertas. Fiquei no colchão, normal, deitada para o lado esquerdo, com a perna esquerda arqueada.
Sem grandes esforços, à excepção do que tinham que ser e sempre guiada pela enfermeira. Ela foi um rochedo, sempre calma, sempre a indicar-me o que fazer. E assim foi, às 22.14 tínha uma bebé nos braços, com um apgar 10 e muito mimo. Fizemos logo o contacto pele a pele e só depois foi levada para ver como estava. Voltou para mim ainda antes de ser vestida e ali ficámos em paz, no escurinho do quarto do hospital e no silêncio.
Aguardámos então, até às 2.00 pelo resultado do teste, antes de sermos levadas para a ala da obstetrícia. Foi uma noite longa pois ainda fomos observadas novamente ali… o que fez com que não dormíssemos tudo. Desde então temos recuperado o soninho bom, dentro das possibilidades.
A estadia foi ótima. O pessoal era muito humano e nem o covid fez com que a humanidade não transparecesse. A vista para o Tejo e a Torre de Belém era preciosa e olhar para o horizonte ajudava a recuperar as forças. No domingo depois do almoço, estávamos a caminho de casa, para os manos e o pai conhecerem a nova maninha. E aí, começou a nova aventura!
Podem ler como foram o parto número um, dois e três nos links!
P.S.- a foto foi tirada do canva. Como não tive companhia, não consegui tirar nenhuma foto no trabalho de parto… Dá pouco jeito tirar fotos e dar à luz, ao mesmo tempo!